Vencedores dos Prémios Pfizer 2013
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- 12-12-2013
A cerimónia de entrega da 57ª edição dos Prémios Pfizer em Investigação Básica e Clínica realizou-se no dia 12 de Dezembro, na Aula Magna da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Saiba aqui quem foram os projectos vencedores da edição deste ano.
Os premiados da edição 2013 dos Prémios Pfizer de Investigação recebram o galardão pelas mãos da Secretário de Estado da Ciência, Profª. Leonor Parreira, numa cerimónia que também contou com a presença do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Prof. Leal da Costa.
A cerimónia contou ainda com intervenções do Director da Faculdade de Medicina de Lisboa, Prof. José Fernandes e Fernandes, do Presidente da SCML, Prof. José Caldas de Almeida, da Directora Geral Executiva da Pfizer, Drª Ana Torres e do Tesoureiro da SCML, Prof. João Eurico Cabral da Fonseca.
A edição deste ano premiou três projectos de investigação (dois de investigação básica e um de investigação clínica) de quatro jovens cientistas portugueses, seleccionados pelo júri entre os 65 trabalhos concorrentes a estes prémios.
Os três projectos premiados prosseguem avanços científicos na optimização das terapêuticas biológicas em doenças inflamatórias crónicas e incapacitantes, como é o caso da Artrite Reumatóide, no tratamento da Sepsis e no combate à fibrose quística.
INVESTIGAÇÃO CLÍNICA - Projecto Vencedor:
Projecto: "An Evidence-Based Approach to Optimize Therapeutic Decisions Involving Biological Drugs"
Autores: Sandra Garcês (na foto), Marília Antunes, Elizabeth Benito-Garcia, José Canas da Silva, Lucien Aarden, Jocelyne Demengeot
Instituição: Instituto Gulbenkian de Ciência
Na categoria de investigação clínica, foi declarado vencedor o projecto assinado por Sandra Garcês, do Instituto Gulbenkian de Ciência, intitulado "An Evidence-Based Approach to Optimize Therapeutic Decisions Involving Biological Drugs". Este trabalho demonstra a possibilidade de uma abordagem clínica personalizada, baseada em evidência científica, que permitirá optimizar o uso das terapêuticas biológicas, melhorando, significativamente, o seu perfil de custo-efectividade. Trata-se de um projecto com repercussões clínicas, sociais e económicas muito importantes, pois permitirá maximizar os resultados das terapêuticas biológicas em doenças inflamatórias crónicas e incapacitantes, como é o caso da Artrite Reumatóide. É particularmente relevante quando é sabido que a prática clínica corrente se confronta com o facto de um número significativo de doentes não responder aos fármacos ou de perder resposta ao longo do primeiro ano de tratamento, dado que o próprio organismo do doente produz anticorpos anti-fármaco, o que promove a rápida eliminação do fármaco em circulação.
Através da elaboração de um algoritmo para monitorização dos doentes submetidos a terapias biológicas durante um ano, verificou-se que as estratégias concordantes com o algoritmo proposto têm uma probabilidade cerca de dez vezes superior de alcançar uma baixa actividade da doença, quando comparada com a estratégia comum da actual prática clínica. Daí a significativa melhoria do perfil de custo-benefício das terapêuticas biológicas.
INVESTIGAÇÃO BÁSICA - Projectos Vencedores
Projecto: "As antraciclinas iniciam uma resposta protetora na Sépsis grave por ativação de respostas reparadoras do DNA"
Autores: Nuno Figueiredo, Ângelo Chora, Helena Raquel, Luís F. Moita (na foto)
Instituição: Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa
Um dos projectos vencedores na categoria de Investigação Básica, da autoria dos cientistas Luís Ferreira Moita e Nuno Figueiredo, do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, intitula-se "As antraciclinas iniciam uma resposta protetora na Sépsis grave por ativação de respostas reparadoras do DNA". Trata-se de um trabalho que representa uma esperança para o tratamento da sépsis através da descoberta que o grupo das antraciclinas clinicamente aprovadas (incluindo epirrubicina, doxorrubicina e daunorrubicina), vulgarmente utilizadas no cancro, são eficazes, mesmo em baixas doses, no tratamento da sépsis severa em ratinhos.
Esta investigação terá um grande impacto social e espera-se que face às descobertas realizadas num modelo de experimentação animal seja possível contribuir para o tratamento eficaz da maior causa de morte em unidades de cuidados intensivos e a terceira causa de mortalidade hospitalar. Algo que será possível de avaliar já em 2014, altura em que se dará início à realização de um ensaio clínico no Hospital de Santa Maria num pequeno número de doentes. Os resultados sugerem ainda que as antraciclinas podem ser usadas não só na prevenção da septicemia, mas também podem agir de forma terapêutica quando a sua administração é combinada com um antibiótico de largo espectro. Este trabalho sugere que esta terapêutica seja útil na prática clínica, de forma a reduzir a mortalidade por septicemia, em doentes que se encontram hospitalizados ou a necessitar de cuidados médicos durante as primeiras horas em que manifestem os sintomas de sépsis.
Projecto: "Global ENaC Regulators and Potential Cystic Fibrosis Therapy Targets"
Autores: Margarida D. Amaral (na foto), Rainer Pepperkok, Karl Kunzelmann
Instituição: Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
O outro projecto vencedor, liderado por Margarida D. Amaral, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem o título de "Global ENaC Regulators and Potential Cystic Fibrosis Therapy Targets", visou a descoberta de novos potenciais alvos terapêuticos para a fibrose quística, a doença genética fatal mas frequente na União Europeia, onde existem cerca de 30.000 pacientes.
Neste trabalho foram descobertos 739 genes que, quando inibidos, diminuem a actividade da proteína ENaC, entre os quais aquele que codifica para a DGKί ("diacylglycerol kinase iota"). Quando testados em culturas de células de pulmão de pacientes com fibrose quística, os inibidores da DGKί normalizaram quer a atividade da ENaC, quer o transporte de fluidos, mostrando assim ser a DGKί um promissor alvo terapêutico.
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